Recentemente eu minha esposa, fomos a um restaurante num lugar muito aprazível, em São Pedro da Aldeia, próximo a uma bela praia tendo um mar calmo à nossa frente e árvores frondosas no oferecendo uma refrescante sombra.
Mas, para nossa infelicidade, o garçon nos levou até uma mesa que estava uma família com uma criança de uns quatro anos.
Até ai, tudo bem. Trabalhamos com famílias e nada melhor sentar-se próximo de uma família.
Mas, por trabalhar justamente com famílias, criamos o hábito de observar as pessoas. Isso acontece nos aeroportos, restaurantes e por onde passamos.
Não sei se você já sentou-se numa cadeira e observar as pessoas em famílias. É muito interessante.
Mas, voltando ao restaurante, o que nos chamou a atenção foi que, das cinco pessoas daquela família, quatro estavam usando celulares. Sendo que a criança estava vendo aqueles joguinhos infantis e com o som bem alto. Não vimos, em nenhum momento, os pais pedindo para baixar um pouco o volume.
Com a chegada da refeição, qual foi a reação da criança? Simplesmente não quis comer e preferiu ficar com celular.
Incomodado com a situação, pedimos ao garçon para trocar de lugar, sem que a família, aparentemente, se desse conta desta nossa atitude.
Estamos vivendo dias complicados para viver em sociedade.
As pessoas, na praia, por exemplo, querem ouvir, no mais alto volume, sua música preferida. O pior ainda é a qualidade dessa música.
Nos restaurantes, há uns 20 anos, a praga do aparelho de televisão está espalhado por todos os cantos impedindo de se ter conversas ao redor da mesa.
Celular é importante, mas será que não dá para guardá-lo na hora sagrada das refeições à mesa, especialmente quando estamos na companhia de outros e ainda mais com os familiares?
Um amigo meu instituiu (não sei se ainda continua), a caixinha do celular. Quando suas filhas, genros e netos iam almoçar em sua casa, todos colocavam o bendito aparelho numa caixa e só era permitido ter de volta com sua autorização.
Eu me lembro que quando nossas filhas eram pequenas (naquele tempo os celulares não eram tão populares como nos dias de hoje) e íamos a um restaurante levávamos caneta e enquanto a refeição não chegada, ficávamos brincando de “jogo da velha” e de “forca”.
Hoje, estamos fazendo o mesmo com nosso neto, Theo. Todas as vezes, quando vamos almoçar juntos, num restaurante, procuramos dar-lhe atenção brincando dessas mesmas brincadeiras.
Um desafio para os pais hoje é administrar o uso de celulares não mãos dos seus filhos. Eu noto isso quando estou com minha filha, genro e neto. É uma luta!
Mas, um grande passo, é os próprios pais serem exemplos neste sentido.
Não surtirá muito efeito, numa mesa de restaurante, por exemplo, um pai ou uma mãe pedir para uma criança desligar o celular se eles mesmos não largam o aparelho ou se não estão dispostos a brincarem de “jogo da velha”, de “forca” ou “adedanha”.
Além de gastarem tempo para selecionar os canais de Youtube que os filhos podem e não podem ver.
Dá trabalho? Sim, dá muito trabalho.
Mas como eu e minha esposa afirmamos: “Criar filhos não é tão difícil, mas dá muito trabalho”.
O maior problema hoje, na criação de filhos, é que os pais não querem ter trabalho.
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Por: Gilson Bifano
Diretor do Ministério OIKOS (Ministério Cristão de Apoio à Família). Escritor, palestrantes e coach de casais e famílias.
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